Os desafetos, antipatizantes e todos que têm aversão ao “cara” levaram, nesta semana, um belo sopapo na ideologia: Lula foi escolhido, na última quinta-feira (29), um dos 25 líderes mais influentes do mundo pela revista americana Time. Um tapa desses machuca até os pensamentos mais reacionários e influi geneticamente até na terceira geração dos rivais.
A revista faz, anualmente, uma indicação das 100 pessoas mais influentes do mundo nas categorias “líderes”, “heróis”, “artistas” e “pensadores”. A lista divulgada pela Time neste ano traz o nome do presidente brasileiro entre os líderes mundiais, ao lado do número 1.
Na primeira matéria sobre o fato, O G1, portal de notícias da Globo, lascou o título “Time aponta Lula como o mais influente do mundo”, creditando a matéria à Agência Estado. Eram 12h20 de quinta-feira. Mais tarde, às 15 horas, em matéria própria, o título era: “Revista ‘Time’ escolhe Lula como um dos líderes mais influentes do mundo”. Não satisfeitos com o açodamento manifestado no primeiro título, e nem com o da segunda matéria, às cinco da tarde do mesmo dia já dizia que “‘Time’ esclarece que Lula é um dos 25 líderes mais influentes do mundo”, desta vez em notícia do Valor OnLine. Precisava “esclarecer”?
Ah, bom! Ainda bem! Não é o “mais influente” como temiam, mas sim “um dos 25 mais influentes”. Ficou tudo bem explicado. O G1 diz que, de acordo com o setor de Relações Públicas da revista americana “não há um ranking entre os líderes citados” e que “a decisão de colocar Lula com o ‘número um’ se deu meramente por ‘razões editoriais’”. Acrescenta que “no release divulgado pela revista, a assessoria divulga a relação completa de líderes influentes e nesta lista o presidente Lula aparece numa posição diversa: a de número 13” (coincidência, né?).
Isso, contudo, nem vem ao caso. O legal é que o documentarista norte-americano Michael Moore, que assinou o texto sobre Lula, qualificou o presidente brasileiro como “um filho legítimo da classe trabalhadora da América Latina”. Além de citar aspectos da trajetória de vida do presidente, Moore disse ainda que “O que Lula quer para o Brasil é o que nós costumávamos chamar de Sonho Americano”.
Só pra lembrar, Michael Moore é o autor de “Tiros em Columbine” e “Fahrenheit 11 de setembro”, entre tantos outros títulos. Seu trabalho mais recente é “Capitalism: A Love Story”, um filme sobre a crise financeira global.
Outro brasileiro citado entre os “pensadores” está o ex-governador do Paraná, Jaime Lerner. Bill Clinton aparece entre os “heróis”, com apresentação escrita por Bono Vox, líder do U2. Lady Gaga é uma das “artistas” mais influentes.
A lista dos “líderes”, na ordem apresentada pela Time, é a seguinte:
1. Luiz Inácio Lula da Silva - Presidente do Brasil
2. J.T. Wang - Presidente da empresa de computadores Acer, de Taiwan
3. Admiral Mike Mullen - Chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos
4. Barack Obama - Presidente dos Estados Unidos
5. Ron Bloom - Assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos
6. Yukio Hatoyama - Primeiro-ministro do Japão
7. Dominique Strauss-Kahn - Diretor-gerente do FMI
8. Nancy Pelosi - Primeira mulher na história dos Estados Unidos a presidir a Câmara de Representantes
9. Sarah Palin - Ex-governadora do Alasca e candidata a vice na chapa de John McCain, adversário de Obama na última eleição presidencial americana
10. Salam Fayyad - Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina
11. Jon Kyl - Senador americano
12 Glenn Beck - Apresentador de televisão, comentarista político, escritor e empresário dos Estados Unidos
13. Annise Parker - Prefeita de Houston, no Texas. Primeira prefeita abertamente homossexual a vencer uma eleição em uma das maiores cidades dos Estados Unidos
14. Tidjane Thiam - Chefe-executivo da empresa britânica de serviços financeiros
15. Jenny Beth Martin - Co-fundadora e coordenadora nacional do Tea Party Patriots, uma organização que diz ter 1800 afiliadas e 15 milhões de membros
16. Christine Lagarde - Ministra da Economia e das Finanças da França
17. Recep Tayyip Erdogan - Primeiro-ministro da Turquia
18. General Stanley McChrystal - Comandante das Forças americanas no Afeganistão
19. Manmohan Singh - Primeiro-ministro da Índia
20. Bo Xilai - Ministro do Comércio da China
21. Mark Carney - Presidente do Banco do Canadá
22. Sister Carol Keehan - Presidente da Associação Católica de Saúde, nos Estados Unidos
23. Sheik Khalifa bin Zayed al-Nahyan - Presidente dos Emirados Árabes
24. Robin Li - Executivo-chefe da operadora da maior ferramenta de buscas pela internet da China, o Baidu
25. Scott Brown - Senador por Massachusetts e membro do Partido Republicano
São três presidentes; quatro primeiro-ministros; cinco parla-mentares; dois ministros; dois militares; três executivos de organismos da área financeira; um presidente de empresa privada; dois executivos de empresas privadas; um presidente de entidade religiosa; uma fundadora de ONG; e um apresentador de televisão (não necessa-riamente nessa ordem de importância, já que o G1, a Agência Estado e o Valor OnLine fazem questão de ressaltar).
Imagine quantos presidentes de nações há na Terra. Pois apenas três foram citados entre os 25 líderes mundiais e um deles é o nosso Luiz Inácio Lula da Silva. E ainda existe a preocupação se é ou não o primeiro da lista.
Comecei este texto falando em tapa e sopapo porque essas homenagens parecem rounds de uma luta entre Lula e a cambada que o critica, dizendo que bebe, que é semialfabetizado, que fala errado, que é incompetente, incorerente, corrupto... Enfim, uma infinidade de qualificativos preconceituosos e pejorativos de quem não quer se dar por vencido, ou seja, os arrogantes, os invejosos, os malamados.
Lula já havia recebido outras homenagens de jornais e revistas importantes no cenário internacional. Em 2009, foi escolhido pelo jornal britânico “Financial Times” como uma das 50 personalidades que moldaram a última década. Também foi eleito o “homem do ano 2009” pelo jornal francês “Le Monde”, na primeira vez que o veículo decide conferir a honraria a uma personalidade. No mesmo ano, o jornal espanhol “El País” escolheu Lula o personagem do ano. Na ocasião, José Luis Rodríguez Zapatero, presidente do governo da Espanha (cargo equivalente ao de primeiro-ministro em outros países) redigiu o artigo de apresentação do brasileiro e disse que Lula “surpreende” o mundo.
Enquanto isso, no Brasil, a popularidade do cara beira os 80% e tem muito sabido que não se conforma.
Talvez a próxima peleja possa ser promovida pela revista brasileira (in)Veja, pra favorecer os adversários de Luiz Inácio e, assim, talvez eles ganharem um round.
Parece que estou vendo: atualmente a ONU conta com 192 estados-membro; as indicações dos jornalistas da (in)Veja apontariam os 191 maiores líderes (entre presidentes, primeiros-ministros e reis). Adivinhe quem ficaria de fora? Lula, o cara, óbvio!
2 comentários:
Elementar caro Watson: os tentáculos do PT expandem-se além-mar: matéria paga, matéria paga..
Bah! Matéria paga? Conta outra, Antônio! Opa! Não é Antônio, é Anônimo! Com uma opinião dessas só se escondendo mesmo.
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