Coisas que me dão na telha, de vez em quando, e que quero deixar registradas, nem que seja num blog.







domingo, 11 de outubro de 2009

O dia seguinte


     Como eu disse ontem, o dia foi especial. Hoje continua sendo. Não está mais aquele céu de brigadeiro, mas me sinto como se estivesse sob um deles.
     O casamento do meu filho foi o do ano, ou, melhor, do século. Vi coisas que nunca tinha visto em casamentos. Um show. Até um grupo de escola de samba apareceu pra sacudir ainda mais a já badalada madrugada dos convivas.
     O espetáculo já começou na igreja, com a entrada de pais e padrinhos, par a par, ao compasso de músicas tocadas ao vivo por um grupo da OSPA. Quando o noivo entrou com a mãe dele, a música interpretada foi a famosa Yesterday. Confesso: deu um nó na minha garganta e passei a enxergar através de um líquido que brotou dos meus olhos. A entrada da noiva foi triunfante: um trompete anunciou a abertura da Marcha Nupcial e logo foi seguido por outros metais, violinos e teclado. As lágrimas que ela derramava no trajeto até o altar faziam sentido: com certeza era um dos momentos mais importantes da vida dela.
     O desenrolar da cerimônia teve a participação especial de Frei Ivo, que, sem aquele tradicional sotaque que os padres têm, disse coisas muito simples mas muito bonitas a respeito do amor, da convivência, do perdão e da caminhada que os noivos teriam pela frente.
     Finda a cerimônia, os convidados foram para a festa. Depois que estavam todos acomodados, o DJ rodou um clipe com fotos do casal desde os tempos de namoro, ao som de "É isso aí", com Ana Carolina e Seu Jorge. De novo aquele nó veio apertar minha garganta (e não era o da gravata, peça de vestuário masculino que nunca uso). Ao fim do clipe, os noivos entraram, cada um segurando um microfone, e cantaram "Um sonho a dois", do Roupa Nova (confira no Youtube). Foi perfeito. A mais original, explícita e recíproca declaração de amor que já vi na minha vida. E aquele nó insistia em apertar minha garganta, cada vez mais.
     Já passava das duas da madrugada quando entrou salão adentro um grupo de bateria e passistas de escola de samba. Foi o ápice. A turma toda caiu na gandaia, especialmente os homens, com os olhares vidrados nos atributos das mulatas seminuas. Saíram depois de algumas músicas e a festa continuou rolando com o som do DJ.
     Já eram quase quatro horas quando deixei a festa rolando e fui embora, trocando os pés em direção ao primeiro táxi disponível.

2 comentários:

Clara disse...

Pai do noivo, lindo!!

Carol e Marcos disse...

Ao ler tuas palavras, o nó, "aquele", veio até Maceió. A festa foi minuciosamente planejada para vocês, nossos familiares e amigos. Agora, ficam as lembranças daquela noite mágica e feliz.

Ass.: os noivos!!!